domingo, 5 de junho de 2022

Zelenskyy: “Russos estão a destruir tudo”. Rússia: “Estamos a ir devagar para não matar civis” !


Fornecer armas aos ucranianos é o “melhor investimento para a estabilidade”, defende o presidente. Guerra na Ucrânia deve ser longa.

Volodymyr Zelenskyy avisou que as forças russas estão a atacar na zona Leste da Ucrânia, com o objectivo de controlar cidades importantes e de “destruir tudo”.

Na sua mensagem habitual diária, nesta terça-feira o presidente da Ucrânia comentou que, nesta altura, fornecer armas ao lado ucraniano é o “melhor investimento do mundo para a estabilidade”, apelou, enquanto lamentava a morte de milhares de compatriotas.

Nas últimas semanas os militares russos estão muito centrados na zona Leste do país vizinho. Zelenskyy assumiu que a situação no Donbas é “extremamente difícil” – acentuada pelo facto de “todas as forças restantes do exército russo” terem sido colocadas na região (milhares de russos já terão ido para Lugansk, nos últimos dias).

Severodonetsk, local importante na luta pela região Donbas, tem sido bombardeada e o Governador de Lugansk tem noção de que o cenário naquela cidade industrial é “muito difícil e infelizmente só está a piorar”.

E, de acordo com o responsável, o bombardeamento foi tão intenso que não foi possível retirar 15 mil civis do local.

Gaisai olha para o avanço russo como uma “ofensiva a larga escala em todas as direcções” e, seguindo o discurso de Zelenskyy, considera que os russos “decidiram destruir completamente” Severodonetsk. “Estão simplesmente a apagar Severodonetsk da face da Terra”, lamentou.

Palavras russas

O ministro da Defesa da Rússia deu a entender que a guerra na Ucrânia vai ser longa. Sergei Shoigu repetiu: “Vamos continuar a operação militar especializada até que os nossos objectivos sejam alcançados”.

Shoigu afirmou que o avanço lento das tropas russas na Ucrânia tem sido “deliberado”, para evitar a morte de civis.

“Não estamos a correr para cumprir prazos”, acrescentou Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia.

Quem quer acelerar o processo – de envio de armas – é o lado ucraniano. Kyrylo Budanov, chefe do Serviço de Inteligência Militar, disse que o atraso no fornecimento de armas deixou as forças ucranianas com escassez de armas, “de forma catastrófica”.

https://zap.aeiou.pt/zelenskyy-russos-destruir-tudo-russia-nao-matar-civis-480772

 

Tiroteio mata 19 crianças nos EUA: “Aqui é mais fácil ter uma arma do que leite para bebés” !


Pelo menos 21 pessoas morreram num tiroteio numa escola primária no Texas. Presidente Joe Biden está “farto” de tantos tiroteios nos EUA.

Esta terça-feira foi dia de mais um tiroteio nos Estados Unidos da América. Desta vez a grande maioria das vítimas eram crianças.

O crime decorreu na Robb Elementary School, uma escola primária no Texas. Pelo menos 19 crianças e dois adultos morreram. Dois agentes da polícia foram atingidos por tiros mas não correm perigo de vida.

O atirador chamava-se Salvador Ramos e tinha apenas 18 anos. Era aluno numa escola secundária. Também morreu, ao ser abatido pela polícia local.

Salvador entrou na escola com um revólver e com uma espingarda: “Começou a disparar e a matar, de forma terrível e incompreensível”, descreveu o Governador do Texas, Greg Abbott.

Pouco antes deste crime na escola, o jovem tinha disparado na direcção da sua avó.

Reacções da Casa Branca e da NBA

Há 10 anos que não se registava um tiroteio tão grave numa escola primária nos EUA, mas os tiroteios são habituais no país.

Por isso, o presidente Joe Biden está “farto” desta situação, disse o próprio, em reacção a este crime.

“Só nos Estados Unidos da América é que acontecem tiroteios em massa com tanta frequência. Estou farto disto. Temos de agir. E não me digam que não podemos ter um impacto nesta carnificina”, declarou Biden, emocionado.

“Onde, em nome de Deus, está a nossa espinha dorsal para ter coragem de lidar e enfrentar os lobbies?“, questionou.

O assunto também chegou à NBA, a principal liga de basquetebol. Damion Lee, jogador dos Golden State Warriors, falou sobre o assunto depois do jogo contra os Dallas Mavericks – o jogo decorreu precisamente no Texas (Dallas).

“As armas não deveriam ser tão acessíveis. É mais fácil obter uma arma do que leite para bebés, agora. Isto é inacreditável no país que vivemos”, afirmou o basquetebolista.

https://zap.aeiou.pt/tiroteio-escola-primaria-eua-480752

 

Polícia da Califórnia ofereceu dinheiro e combustível em troca de armas !


O departamento da polícia de Sacramento, na Califórnia não se limitou a oferecer dinheiro. Também entregaram cartões de oferta de gás.

O departamento de polícia de Sacramento realizou um evento de recompra de armas este sábado, mas não se limitou a dar aos residentes uma oportunidade de entregarem as suas armas de fogo sem qualquer pergunta: também entregaram cartões de oferta de gás, segundo o NPR.

A polícia da Califórnia referiu no Facebook que 134 pessoas tinham deixado armas de fogo, em troca de cartões de oferta de combustível no valor de 50 dólares.

As coleções incluíam pelo menos uma arma de assalto, componentes de “armas fantasma” fabricadas em privado e “múltiplas outras armas de fogo configuradas ilegalmente”, sublinharam as autoridades.

Embora os cartões de oferta pareçam ter sido um incentivo — especialmente com os preços do combustível a subir em todo o país — os funcionários admitiram que não eram o único fator motivador.

“Entre outras razões, os membros da comunidade citaram a falta de experiência ou conhecimento sobre armas de fogo, a falta de conhecimento sobre a legalidade das armas de fogo, ou a incapacidade de armazenar as armas de fogo em segurança como as principais razões para participar no evento“, referiu a polícia.

Seja qual for a razão, o evento de sábado — que devia ter durado cinco horas — teve mais pessoas do que o esperado.

O departamento anunciou apenas 45 minutos após o evento que tinha esgotado o seu conjunto de cartões oferta, “devido a uma resposta esmagadora”, e que iria ter de terminar uma hora mais cedo.

As autoridades continuaram a aceitar armas, mesmo depois de se terem esgotado os cartões de oferta, tendo os funcionários elogiado o evento.

“Acredito verdadeiramente que a prevenção do crime violento é uma responsabilidade partilhada e a esmagadora participação da comunidade atual é uma prova do sucesso que podemos alcançar juntos”, declarou Kathy Lester, Chefe da Polícia de Sacramento.

Várias cidades nos Estados Unidos permitem a compra de armas com o objetivo de reduzir a violência armada nas suas comunidades — embora a investigação sugira que estes programas não conseguem isso.

Sacramento não foi a única cidade a acolher um evento deste género. Oficiais da cidade de Nova Iorque afirmaram que foi entregue um total de 69 armas a uma igreja de Brooklyn também no sábado.

As pessoas que entregaram espingardas e armas de ar comprimido recebem 25 dólares, enquanto que as pessoas que entregam espingardas de assalto ou armas de mão recebem 200 dólares e um iPad.

https://zap.aeiou.pt/policia-da-california-ofereceu-dinheiro-e-cartoes-de-oferta-de-combustivel-em-troca-armas-480743

 

Estudo: Negação de racismo estrutural ligada a preconceitos anti-negros !


Análise norte-americana indica que quem nega a existência de racismo estrutural mais facilmente apresenta preconceitos contra os negros.

O racismo continua a estar na ordem do dia, sobretudo nos Estados Unidos da América, e há um novo estudo sobre o assunto.

A Associação Americana de Psicologia publicou um relatório que revela que relacionada a negação do racismo estrutural com os preconceitos contra negros.

A Sky News destaca que este estudo indica que as pessoas que negam a existência de racismo estrutural têm maior tendência para serem preconceituosos contra os negros e têm menor tendência para mostrar “empatia racial” e para serem abertas à diversidade.

Estas duas atitudes – negar o racismo estrutural e desvalorizar outra raça – estão inseridas na denominada “ideologia racial daltónica”, de acordo com os autores do estudo.

Contudo, essas duas atitudes devem ser analisadas separadamente porque, aparentemente, apresentam resultados muito diferentes, de acordo com Jacqueline Yi, da Universidade de Illinois.

“A negação do racismo estrutural parece ser uma grande barreira para a igualdade racial porque facilita o aparecimento de justificações para a culpabilização da vítima da desigualdade sistémica”, comentou Jacqueline.

A especialista explica que, quantas mais pessoas de cor forem vistas como culpadas pelas disparidades raciais, “menos provável é que os brancos e as instituições assumam a responsabilidade pelos efeitos contínuos do racismo sistêmico”.

Racismo estrutural existe numa sociedade onde as leis, regras ou políticas oficiais acabam por beneficiar injustamente algumas pessoas e prejudicar – também injustamente – outras, com base na raça.

Negar o racismo estrutural, continua Jacqueline Yi, é uma forma de “os brancos evitarem o desconforto associado ao facto de parecerem preconceituosos e se tornarem menos dispostos a envolverem-se em ações anti-racistas”.

https://zap.aeiou.pt/negacao-racismo-estrutural-preconceitos-480705

 

Tiktokers acusados de atear fogos no Paquistão para aumentar as visualizações !


Os incêndios foram ateados durante uma onda de calor que fez subir as temperaturas até 51 graus, em algumas zonas do Paquistão.

Num vídeo que, entretanto, foi apagado, a tiktoker paquistanesa Nosheen Syed — ou @dollyofficiall — é vista a caminhar em frente a uma floresta em chamas.

No vídeo partilhado no Tik Tok, uma mulher de cabelo escuro aparece com um vestido prateado, enquanto as caminha atrás de um incêndio florestal.

“O fogo irrompe onde quer que eu esteja“, lia-se na descrição do vídeo. Agora, Nosheen Syed é uma das várias tiktokers paquistanesas acusadas de propositadamente iniciar incêndios para criar fundos dramáticos para os vídeos.

“Ela devia ter segurado um balde de água para extinguir o fogo em vez de o utilizar para gravar”, comentou Rina Saeed Khan Satti, ativista ambiental e presidente do Conselho de Gestão da Vida Selvagem de Islamabad, de acordo com o Al-Jazeera.

“A mensagem que estes vídeos estão a enviar é demasiado arriscada e precisa de ser parada”, acrescentou a ativista.

Nosheen Syed tem mais de 11 milhões de seguidores no TikTok. É acusada de ter iniciado propositadamente um incêndio no Parque Nacional de Margalla Hills, em violação das leis de proteção ambiental do país.

De acordo com o Al-Jazeera, Syed afirma que não iniciou o incêndio. A sua assistente garante que não havia “mal nenhum em fazer vídeos”.

Mas Syed é apenas uma dos vários tiktokers no Paquistão acusados de atear fogos para colocar nas suas páginas das redes sociais.

Segundo noticia a Vice, várias outras pessoas foram acusadas de atos semelhantes. Um homem em Abbottabad foi preso por atear um fogo, apenas para gravar um vídeo, e dois homens colocaram outro vídeo no qual estão a ver um incêndio, fugindo depois enquanto a música toca.

“Esta é uma tendência perturbadora e desastrosa no Tik Tok”, escreveu Satti numa publicação do Twitter. “Jovens desesperados com apenas 4 seguidores estão a atear fogo às nossas florestas durante esta estação quente e seca! Na Austrália, é prisão perpétua para aqueles que iniciam incêndios florestais. Precisamos de introduzir legislação parecida”.

Para piorar a situação, os incêndios foram ateados durante uma devastadora onda de calor no Paquistão, com temperaturas até 51 graus em certas partes do país — e mais de 1.000 mortes.

Já é uma época complicada para os incêndios florestais no Paquistão, uma vez que as chamas geralmente irrompem entre meados de abril e o final de julho, devido às altas temperaturas, trovoada e agricultura de “queimadas”.

Mas com pessoas a atear fogos propositadamente para ganharem visualizações no Tiktok, segundo Satti, ultrapassa os limites.

“Estes jovens psicóticos têm de ser apanhados e postos imediatamente atrás das grades”, escreveu a ativista no Twitter.

Satti acrescentou ainda que Syed pode enfrentar graves consequências. “A modelo ‘Dolly’ que fez o ultrajante vídeo simbólico de si própria no meio de um incêndio florestal está em apuros”, escreveu no Twitter.

De facto, a Polícia de Islamabad registou um caso contra Syed, segundo o The Independent, depois de o vice-diretor da Autoridade para o Desenvolvimento da Capital de Islamabad ter apresentado uma queixa contra ela.

Parte dessa queixa afirma que “a área [filmada] faz parte do Parque Nacional de Margalla Hills, que relatou recentemente múltiplos incidentes de incêndios florestais que danificaram o ecossistema”.

Mas Syed continua a insistir que não ateou o fogo — e que o incêndio no seu vídeo nem sequer foi no Parque Nacional de Margalla Hills.

A tiktoker garante que filmou o vídeo a uma hora de distância do parque, ao longo de uma auto-estrada em Haripur. Também publicou outro vídeo que inclui um homem a dizer que ele ateou o fogo às colinas para “as limpar das cobras”.

No entanto, a mensagem divulgada pelas autoridades paquistanesas é clara: não se brinca com o fogo. E muito menos para apenas ganhar fama online.

https://zap.aeiou.pt/utilizadores-do-tik-tok-acusados-de-atear-fogos-no-paquistao-para-ficarem-virais-480712

 

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Imagens satélite parecem mostrar russos a roubar cereais à Ucrânia !


A Maxar Technologies divulgou imagens de navios russos no porto de Sebastopol, que parecem mostrar um carregamento de cereais roubados à Ucrânia.

A empresa norte-americana Maxar Technologies partilhou imagens de satélite que sugerem que navios russos estão a roubar cereais ucranianos, o que dá força às acusações de Volodymyr Zelenskyy sobre a gradual retirada de alimentos do país.

O navio parece estar a ser carregado de cereais ucranianos roubados, sendo que parte do porto de Sebastopol, na Crimeia, onde a produção é pouca, “ao contrário das regiões ucranianas agrícolas de Kherson e Zaporijia”, a norte da península anexada por Moscovo em 2014, segundo avança a CNN.

As imagens são de 19 e 21 de maio, e mostram o alegado carregamento de dois navios de carga com bandeiras russas — o Matros Pozynich e o Matros Koshka.

As autoridades ucranianas e trabalhadores agrícolas, em entrevista à CNN, afirmaram que as forças de Moscovo “esvaziaram os armazéns de cidades ocupadas e transportaram os cereais para Sul”.

Os navios de carga, atracados no porto de Sebastopol, na Crimeia, estão junto a silos de cereais, que parecem estar a ser descarregados para o porão do barco. Ambos já terão deixado o porto marítimo. O Matros Pozynich já se encontra no mar Egeu, enquanto que o Matros Koshka continua no mar Negro.

O Ministério da Defesa ucraniano, no início de maio, alertou que cerca de 400 mil toneladas de cereais tinham sido roubadas da Ucrânia, desde o início da invasão.

Segundo o ministro da Política Agrária e Alimentar da Ucrânia, Mykola Solsky, estas operações têm decorrido “de forma organizada na direção da Crimeia“. “É um grande negócio controlado por pessoas em altos cargos” russos, acrescentou.

Em simultâneo, o Kremlin continua a bloquear os portos ucranianos e a impedir o país de exportar mercadorias por via marítima.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, apelou à comunidade internacional para que ajudasse a garantir “uma passagem segura para os navios de exportação de alimentos num corredor fora da cidade portuária de Odessa — quer para ajudar a Ucrânia, quer para evitar a fome no mundo“, segundo a BBC.

Já segundo o Kremlin, foi o Ocidente que desencadeou uma crise alimentar global, quando decidiu impor sanções pesadas à Rússia

“A Rússia sempre foi um exportador de cereais em que se pode confiar bastante”, referiu Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.

“Não somos a origem do problema. A origem do problema que leva à fome no mundo são aqueles que impuseram sanções contra nós”, acrescentou.

A Rússia e Ucrânia exportavam, juntas, quase um terço da oferta global de trigo. De acordo com a ONU, existem 36 países que dependem do trigo vindo de Kiev e Moscovo e há dezenas de milhões de pessoas em risco de insegurança alimentar, malnutrição e fome generalizada, alertou António Guterres.

O secretário-geral das Nações Unidas explicou que, para solucionar o problema, “a Rússia tem de permitir a exportação segura dos cereais que estão armazenados nos portos ucranianos”.

A Rússia já admitiu querer trocar a libertação dos portos ucranianos de Odessa e Mariupol no mar Negro pelo fim das sanções impostas ao Kremlin pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Comprar “cereais roubados” é ser cúmplice de crime

O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano acusou a Rússia de roubar cereais e tentar vendê-los no estrangeiro. Apelou à comunidade internacional que “se mantenha vigilante” e rejeite as ofertas.

Dmytro Kuleba pediu esta terça-feira à comunidade internacional para não comprar à Rússia “cereais roubados” ao seu país e avisou que isso implica “cumplicidade” com os crimes russos.

“A Rússia rouba cereais da Ucrânia, carrega-os em navios, atravessa o [estreito do] Bósforo e tenta vendê-los no estrangeiro”, denunciou Kuleba, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

O ministro ucraniano pediu à comunidade internacional para que “se mantenha vigilante” e rejeite “este tipo de oferta”, já que não o fazer implica tornar-se “cúmplice dos crimes russos”.

“Roubar nunca trouxe sorte a ninguém“, concluiu o chefe da diplomacia ucraniana na mesma mensagem, publicada depois da divulgação das imagens de satélite que mostram o presumível roubo, por parte da Rússia, de cereais da Ucrânia.

https://zap.aeiou.pt/imagens-de-satelite-sugerem-que-navios-russos-estao-a-roubar-cereais-a-ucrania-480634

 

Mais de 100.000 pessoas já desapareceram oficialmente no México !


O México registou oficialmente mais de 100.000 pessoas dadas como desaparecidas, de acordo com dados do Registo Nacional de Pessoas Desaparecidas do Ministério do Interior.

Desde 1964, o país registou cerca de 100.023 pessoas desaparecidas, das quais mais de 24.700 são mulheres, e mais de 74.700 são homens. O sexo de 516 das pessoas é desconhecido, segundo a CNN.

O número aumentou em mais de 20.000 pessoas só nos últimos dois anos, de acordo com os dados — valores que foram recebidos com indignação e apelos urgentes para melhores sistemas de busca e salvamento.

Apenas 35 dos desaparecimentos registados levaram à condenação dos culpados, sublinha Michelle Bachelet, Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em declarações, esta terça-feira.

“Não se devem poupar esforços para pôr fim a estas violações e abusos dos direitos humanos de grande amplitude, e para se defenderem os direitos das vítimas à verdade, justiça, e garantias de não repetição”, realça Bachelet.

Marlene Harbig, do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), discutiu o trauma sofrido por quem tem familiares desaparecidos.

“As primeiras horas são as mais importantes, quando alguém desaparece, os seus familiares têm o direito de saber o que aconteceu”, refere Harbig. “Saber o destino das pessoas desaparecidas é, antes de mais, um ato humanitário”.

Apesar dos números, Bachelet salientou os progressos feitos pelo governo, tendo o México sido o primeiro país a permitir uma visita do Comité das Nações Unidas de Desaparecimentos a trabalhar com as autoridades em 13 estados mexicanos.

Tanto o CICV como a ONU solicitaram que os membros da família fossem autorizados a trabalhar com as autoridades governamentais para encontrar os seus familiares.

Michele Bachelet ainda solicitou ao governo “que coloque as famílias daqueles que desapareceram no centro dos seus esforços, e que disponibilize os recursos necessários para que as investigações e buscas sejam eficazes“.

https://zap.aeiou.pt/mais-de-100-000-pessoas-ja-desapareceram-oficialmente-no-mexico-480144



 

Um em cada seis: poluição continua a matar milhões - E nada mudou desde 2015 !


Só em 2019 morreram cerca de nove milhões de pessoas devido à poluição. Números não mudam desde 2015.

A poluição continua a ser uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Só em 2019 morreram cerca de nove milhões de pessoas no planeta devido à poluição, de acordo com um estudo da Lancet Commission on Pollution and Health.

Isso significa que, aproximadamente, em cada seis pessoas que morrem, uma falece por causa da poluição. Mais de 16% dos óbitos no planeta estão relacionados com a poluição.

A poluição do ar foi a principal causa de morte, matando mais de 6.6 milhões de pessoas (e esta contabilidade está a crescer). Produtos químicos são responsáveis por 1.8 milhões de mortes.  

Houve uma diminuição no número de mortes relacionadas com poluição em países de pobreza extrema (como água poluída ou falta de saneamento), mas aumentou o número de óbitos ligados à poluição do ar no exterior e aos químicos tóxicos.

A grande maioria (mais de 90%) das mortes é registada em países com economia “média”, ou que passam mesmo por dificuldades económicas.

Os números, partilhados nesta terça-feira pela Sky News, reforçam que desde 2015 não se regista qualquer alteração nesta contabilidade, apesar dos aparentes múltiplos esforços com o objectivo de alterar este cenário.

No entanto, serão mesmo “aparentes”. O estudo avisa que a maioria dos países está a fazer muito pouco para combater este “enorme” problema de saúde pública.

Richard Fuller, principal autor do estudo, comentou: “A prevenção da poluição é amplamente negligenciada na agenda de desenvolvimento internacional”.

A análise sublinha também que a poluição é o maior factor de risco ambiental para o aparecimento de doenças e para mortes prematuras. As alterações climáticas e o desaparecimento de vida selvagem estão fortemente relacionadas com este factor.

A comissão reforça que, para melhorar esta situação, uma das prioridades tem de ser deixar rapidamente a utilização em larga escala de combustíveis fósseis, fazendo a transição para energias renováveis.

https://zap.aeiou.pt/poluicao-matar-milhoes-479510

 

Sangria nas criptomoedas com “pânico” nos mercados - Será o princípio de algo muito pior ?


Depois da sangria que arrasou as criptomoedas na última semana, já se fala de um “Cripto crash” com investidores alarmados a perderem milhares de euros. E, nesta altura, ninguém sabe muito bem onde este fenómeno vai parar, nem se vai afectar a economia global.

A incerteza económica motivada pela guerra na Ucrânia, mas também o regresso dos confinamentos na China por causa da pandemia de covid-19, gerou o tumulto nos mercados dos criptoativos.

Os investidores perderam mais de 1,2 mil milhões de dólares em liquidações, segundo o site de análise de dados CoinGlass citado pelo Decrypt. Segundo estas fontes, “mais de mil milhões de dólares em todos os criptoactivos foram eliminados apenas a 8 de Maio” passado, o que é “o maior valor em mais de três meses”, como apontam.

Actualmente, “o valor de mercado combinado de todas as criptomoedas é de 1,12 triliões de dólares”, ou seja, “cerca de um terço do valor de Novembro, com mais de 35% das perdas a chegarem nesta semana”, como nota a BBC.

“Pânico” e muita incerteza

Uma Bitcoin vale, agora, cerca de 27 mil dólares, “o valor mais baixo desde Dezembro de 2020”, quando no final do ano passado, valia 70 mil dólares, ainda segundo a BBC.
 
A Ethereum perdeu cerca de 20% do seu valor em apenas 24 horas. E a Terra Luna perdeu quase 100% do seu valor em apenas dois dias, caindo de um máximo de 118 dólares para apenas 0,11 dólares

Esta queda afectou inclusive um activo associado e que é considerado estável, a TerraUSD que caiu de 41 mil milhões de dólares para apenas 6,6 milhões, segundo dados do The Guardian. Trata-se da “maior destruição de riqueza num único projecto da história das criptomoedas”, segundo o executivo da consultora CryptoCompare, Charles Hayter, citado pelo jornal inglês.

“O colapso da TerraUSD deu início ao que costumávamos chamar de “pânicos” quando grandes instituições financeiras vendem grandes porções de activos e todos os outros tentam sacar o seu dinheiro o mais rápido possível“, analisa o economista Frances Coppola na BBC.

E é precisamente “pânico o que está a acontecer” com as criptomoedas, acrescenta Coppola. Muitos investidores assustados venderam os seus criptoactivos, o que levou a uma desvalorização de entre 15% a 25% do valor da maioria das principais criptomoedas.

Numa medida sem precedentes, para tentar estancar esta sangria, a Terraform Labs, a empresa que gere a TerraUSD e a Terra Luna, interrompeu as negociações destes activos, na semana passada, anunciando que vai elaborar “um plano para reconstituí-la“. É uma medida de controle de danos.

O fundador da Terraform Labs, Do Kwon, assumiu no Twitter que estamos perante “uma crise”, mas deixou a esperança de que a empresa está a trabalhar para “sair disto”.
“Cripto crash” pode contaminar a economia global?

Entretanto, há receios de que possa haver contágio a outros mercados, contribuindo para uma crise económica mais alargada e permanente.

Neste momento, ninguém sabe muito bem o que vai acontecer a seguir. “Acreditamos que levará tempo para que a volatilidade do mercado no ecossistema diminua – nas próximas semanas, descobriremos o verdadeiro custo desta queda“, nota Hayter em declarações divulgadas pelo The Guardian.

O especialista Nikolaos Panigirtzoglou do Banco de Investimentos JP Morgan fala da possibilidade de o “crash” dos criptoactivos atingir a economia global, dando o exemplo da Tether, cujas garantias incluem papel comercial, ou seja, uma forma de dívida de curto prazo utilizada pelas empresas para cobrirem despesas, como os salários mensais.

“Será um problema para os mercados de crédito se muito papel comercial for vendido num curto espaço de tempo”, avisa Panigirtzoglou.

“Investidores de criptomoedas que perderam muito dinheiro e que também investiram em mercados de acções podem decidir reduzir o risco, retirando o seu dinheiro das acções“, alerta ainda Panigirtzoglou.

Contudo, estaremos longe de um cenário como o que despoletou a crise financeira de 2008, até porque as criptomoedas não têm o peso económico que o crédito à habitação tem na vida das pessoas, e na própria economia.

Mas é certo que este momento requer a atenção dos reguladores, como realça o economista-chefe internacional do Banco ING em Nova Iorque, James Knightley, em declarações ao The Guardian.

“Pode não ser particularmente importante sistemicamente agora, mas se os mercados de criptomoedas se recuperarem e crescerem fortemente nos próximos anos e, em seguida, tivermos um segundo colapso quando já forem sistemicamente importantes, os reguladores não se poderão perdoar”, alerta Knightley.

O risco será tanto maior quanto mais os Bancos se envolverem no negócio dos criptoactivos.

https://zap.aeiou.pt/sangria-criptomoedas-panico-479502

 

“Rainha das Criptomoedas” búlgara enganou milhares de investidores e a Europa ainda está a tentar encontrá-la !


Ruja Ignatova, conhecida como “Rainha das Criptomoedas“ da Bulgária, está desaparecida deste 2017. É agora a fugitiva mais procurada da Europa depois de construir um esquema em pirâmide com base numa criptomoeda.

Em 2016, Ruja Ignatova apresentou ao mundo a OneCoin, aquela que, na sua ótica, viria a tornar-se a “maior criptomoeda do mundo” ao permitir que toda a gente realizasse pagamentos em qualquer lugar.

Nasceu para “assassinar” a Bitcoin: “Em dois anos, ninguém vai falar de Bitcoins”, disse a empresária, na ocasião.

Segundo o Raw Story, a moeda foi, na verdade, o pretexto para um esquema ao estilo de pirâmide que lesou pessoas de 175 países diferentes em, pelo menos, 4 mil milhões de libras esterlinas.

A fraude, uma das maiores da história que poderá ter recebido até 12,7 mil milhões de libras esterlinas dos investidores, foi o tema do podcast da BBC “The Missing Cryptoqueen”.

No que às criptomoedas diz respeito, a blockchain é a base de tudo. Acontece que os investidores desconheciam um detalhe importante: nenhuma blockchain apoiava esta criptomoeda, que não tinha forma de ser vendida ou transferida.

Até agora, a maioria dos alegados colaboradores de Ignatova foram detidos, incluindo o co-fundador da OneCoin, Karl Sebastian Greenwood, o irmão de Ignatova, Konstantin, o seu advogado Mark Scott e o seu amante, Gilbert Armenta.

Cinco anos depois do desaparecimento, a Europol está a oferecer uma recompensa de 5.000 euros por informações que levem à detenção de Ignatova, por ser “a força motriz e inventora intelectual” da OneCoin e a “suspeita de ter incitado investidores de todo o mundo a investir nesta moeda sem valor”.

De acordo com a VICE, o jornalista Jamie Bartlett tem tentado apanhar Ruja Ignatova desde que fez o podcast, em 2019.

“‘É uma das maiores criminosas do mundo‘, disse Bartlett, que coloca o tamanho do seu esquema fraudulento apenas atrás do de Bernie Madoff, arquiteto do maior esquema de Ponzi de sempre nos anos 2000.

“O crime de colarinho branco não é, por vezes, considerado tão grave como o crime violento. Mas este esquema envolveu pelo menos vários milhares de milhões de libras de dinheiro de pessoas, resultando na falência e na destruição de famílias em todos os cantos do mundo”, acrescentou.

O mercado de criptomoedas tem sido atormentado por burlas e esquemas durante anos devido à falta de regulamentação financeira na maioria dos países.

https://zap.aeiou.pt/rainha-das-criptomoedas-bulgara-479264

 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Mãe processa TikTok depois de jovem morrer a fazer o Blackout Challenge !


Nos Estados Unidos, uma mãe está a processar o TikTok e a sua empresa-mãe, ByteDance, por negligência, depois de a sua filha ter falecido na sequência de um desafio que se tornou viral na rede social.

Uma mãe nos Estados Unidos avançou, esta semana, com um processo em tribunal contra o TikTok e a empresa proprietária, ByteDance, depois de a sua filha de dez anos ter falecido após realizar um desafio, em dezembro de 2021.

A jovem tentava realizar o “Blackout Challenge” (Desafio do Apagão), que consiste em suster a respiração até que a pessoa acabe por desmaiar.

Segundo a NBC News, Tawainna Anderson alega que a filha desmaiou no dia 7 de dezembro, chegando a ser internada durante cinco dias nos cuidados intensivos. A criança acabou por morrer pelos danos provocados pela asfixia propositada.

A mãe acusa a rede social de ser negligente e de expor as crianças a desafios perigosos para que obtenha mais visualizações.

“O viral e mortífero ‘Blackout Challenge’ do TikTok foi impingido à Nylah na sua página, por causa do algoritmo da aplicação. Os defensores do algoritmo determinaram que o letal ‘Blackout Challenge’ era adaptado e provavelmente do interesse da Nylah Anderson, de 10 anos, e ela morreu por causa disso”, acusa Tawainna no processo.

“Quero responsabilizar esta empresa“, justificou Tawainna, numa conferência de imprensa. “É tempo de estes perigosos desafios chegarem ao fim, de outras famílias não experimentarem o desgosto que vivemos todos os dias.”

Em comunicado, o TikTok lamentou a morte e os transtornos que resultaram do desafio, garantiu que continua “vigilante no compromisso sobre a segurança do utilizador” e disse que vai “remover imediatamente conteúdos relacionados”.

https://zap.aeiou.pt/mae-processa-tiktok-479212

 

Jornalistas fugitivos: “Ar irrespirável na Rússia; E podemos ficar presos 15 anos“ !


Diversos jornalistas tiveram de fugir da Rússia, desde o início da guerra. Cidadãos russos deixam o país sobretudo por motivos económicos.

A partir do momento em que a Rússia invadiu a Ucrânia, no dia 24 de Fevereiro, começou uma debandada – não só de ucranianos, mas também de russos.

A saída de cidadãos russos do seu país natal não foi tão repentina e tão concentrada, mas tem-se verificado um aumento de emigrantes nos últimos meses.

Não há estatísticas oficiais mas há estimativas: entre 300 mil e um milhão de russos.

Contudo, o único motivo para estes números não é propriamente a guerra. Ou pelo menos, não directamente: é a situação económica do país, que tem sido alvo de centenas de sanções económicas de países ocidentais.

“Não acredito que, na Rússia, haja uma grande oposição popular à guerra. Algumas pessoas decidiram sair do país mas acho que os motivos políticos são apenas parte da origem dessa decisão. Acredito que alguns dos russos estão mais preocupados com a situação económica”, analisou o analista Kacper Wanczyk.

“Actualmente o cenário económico na Rússia não está assim tão mau mas já estamos a receber algumas informações de problemas internos”, continuou Kacper, em entrevista à Euronews.
Jornalistas fogem da prisão

Entre as centenas de milhares de pessoas que já deixaram a Rússia nas últimas semanas, estão centenas de jornalistas.

Andrei Grigorev, da rádio Liberty, saiu da Rússia porque poderia ter sido preso por estar a fazer o seu trabalho.

“Cheguei a filmar protestos em Kazan e estávamos expostos. Agora, com a nova legislação russa, eles poderiam prender-nos ou revistar-nos a qualquer momento”, explicou.

“Agora percebemos que devemos chamar guerra à guerra e percebemos que ficar na Rússia e trabalhar na comunicação social é perigoso, está sob a lei criminal”, continuou.

Andrei contou à Euronews que, na Rússia, os jornalistas “correm o risco de enfrentar até 15 anos de prisão. É o preço a pagar por se dizer a verdade. Por se chamar guerra à guerra”, lamentou.

A sua esposa, Alina, relatou que há um ar “pesado e impossível de respirar” na Rússia. Outros jornalistas também fugiram do país e “estão em todo o lado”, espalhados por diversos países.

https://zap.aeiou.pt/jornalistas-fugitivos-guerra-prisao-479421

 

Autor do tiroteio em Buffalo queria “matar o máximo de pretos possível” e considera-se “eco-fascista” !


O tiroteio é mais a juntar-se à lista de massacres com motivações racistas e alimentados por teorias da conspiração sobre a imigração. Este foi o 198.º tiroteio em massa nos Estados Unidos em 2022.

No último sábado, a cidade norte-americana de Buffalo foi abalada por um tiroteio em massa num parque de estacionamento de um supermercado que matou 10 pessoas e deixou outras três feridas.

Desde então, as autoridades já começaram a investigar as motivações do ataque e o FBI avança que o tiroteio foi um “crime de ódio e um caso de extremismo violento com motivações raciais”. O suspeito tem 18 anos e transmitiu o massacre online em directo, tendo depois entrado na loja e continuado a disparar, revela o The Guardian.

A polícia acredita que o assassino escolheu o supermercado especificamente num bairro onde vivem muitos negros e que escreveu também um manifesto de 180 páginas que publicou na internet onde confessou o desejo de “matar o máximo de pretos possível” e mostrou acreditar na teoria da “grande substituição”.

A teoria em questão defende que as elites políticas e económicas do Ocidente, frequentemente retratadas como sendo de origem judaica, têm um plano para “substituírem” a população branca e cristã com negros e muçulmanos através da imigração em massa e da quebra das taxas de natalidade dos cidadãos nativos.

Anteriormente vista apenas como uma conspiração de grupos de extrema-direita marginais, a teoria da grande substituição tem ganho popularidade na direita mainstream e até já foi publicamente defendida por Tucker Carlson, apresentador da Fox News cujo programa é o mais visto nos canais de notícias por cabo nos EUA.

Uma investigação do New York Times em Abril concluiu que Carlson referiu a ideia de que um grupo de elites está a forçar as mudanças demográficas através da imigração em mais de 400 programas.

O manifesto em questão também menciona preocupações com o ambiente sob um prisma “eco-fascista“, um termo que o suspeito usava para se auto-descrever. O eco-fascismo descreve uma corrente de pensamento que usa as preocupações com o ambiente como uma cortina de fumo para esconder uma ideologia racista, culpando as taxas de natalidade mais altas nos países africanos pela suposta sobrepopulação que vai levar a que não haja recursos naturais suficientes para todos no futuro.

“Durante demasiado tempo temos deixado a esquerda usar o movimento ambientalista para servir os seus próprios interesses. A esquerda contra toda a discussão sobre a preservação ambiental enquanto simultaneamente preside sobre a continuação da destruição do ambiente natural através da imigração em massa e da urbanização descontrolada, enquanto não oferece nenhuma solução para estes problemas”, lê-se no manifesto.

A transmissão em directo no Twitch do tiroteio também mostra que estava escrito um insulto contra a população negra na arma do jovem, assim como o número “14”, que se refere às 14 palavras de um conhecido lema da extrema-direita: “We must secure the existence of our people and a future for white children” — “Devemos assegurar a existência do nosso povo e um futuro para as crianças brancas”.

Já vários estudos mostraram que a imigração não é uma causa para o aumento das emissões poluidoras e que, no caso dos Estados Unidos, os estrangeiros consomem muito menos recursos do que os norte-americanos. Apesar de ser um problema maioritariamente causado pelos países desenvolvidos, as nações mais pobres vão também ser as que mais vão sofrer com as alterações climáticas.
“Grande substituição” já inspirou outros tiroteios

O conceito do eco-fascismo e a teoria da grande substituição não são conceitos novos e até já estavam presentes na propaganda nazi, mas têm ganhado mais relevância nos círculos da extrema-direita nos últimos anos e já inspiraram vários tiroteios.

Em 2019, houve um caso semelhante em Christchurch, na Nova Zelândia, quando um nacionalista branco entrou em duas mesquitas e disparou indiscriminadamente, matando 51 pessoas. O autor do tiroteio também escreveu um manifesto de 74 onde usava argumentos semelhantes para justificar o massacre.

“Os invasores são os que estão a causar a sobrepopulação do mundo. Matem os invasores, matem a sobrepopulação e ao fazerem isso estão a salvar o ambiente”, escreveu.

Também em 2019, um tiroteio em massa abalou um supermercado na cidade de El Paso e matou 23 pessoas. O culpado também escreveu um manifesto e publicou-o no fórum 8chan, que é frequentado por muitos radicais de extrema-direita, onde afirmou que o massacre era uma retaliação contra a “invasão hispânica no Texas” e que queria “matar tantos mexicanos quanto pudesse”.

Em 2018, um homem já com um histórico de anti-semitismo nas redes sociais também foi o autor de um tiroteio numa sinagoga em Pittsburgh e atirou sobre 11 pessoas. O suspeito culpava os judeus por deixarem entrar “invasores que matam as nossas pessoas” nos Estados Unidos.

O tiroteio deste fim-de-semana é o mais mortífero até agora em 2022 em solo americano. Este foi o 198.º tiroteio em massa este ano nos Estados Unidos, o que se traduz numa média de 10 ataques por semana, segundo o Gun Violence Archive.

https://zap.aeiou.pt/autor-do-tiroteio-em-buffalo-queria-matar-o-maximo-de-pretos-possivel-e-considera-se-eco-fascista-479296

 

Todas as conversas analisadas: Os problemas na vigilância anunciada em Bruxelas, sobre abuso de menores !


Comissão Europeia anunciou que as empresas online vão ser obrigadas a detectar elementos suspeitos. Para isso, vão ter que “espreitar” as conversas.

George Orwell não estaria à espera de que, mais de 70 anos depois, o termo Big Brother continuasse a ser utilizado tantas vezes.

O foco do seu livro de 1949 é recuperado nesta semana por causa de uma proposta legislativa aprovada pela Comissão Europeia.

Na quarta-feira, em Bruxelas, a Comissão informou que as empresas que prestam serviços de conversação online (incluindo redes sociais ou empresas de jogos) vão ser obrigadas a denunciar conteúdos suspeitos de exploração e o abuso sexual de menores.

“Estamos a falhar na protecção das crianças. Há polícias frustrados por não conseguir investigar como queriam. E um aviso para os predadores: nós vamos atrás de vocês”, justificou Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos.

Vão ser analisadas publicações e correspondência privada. Será um sistema de Inteligência Artificial que vai procurar palavras-chave, imagens ou vídeos, que possam ser relacionadas com abuso de menores, em todo o conteúdo das plataformas.

Por exemplo, os chats e conversas entre duas pessoas que estão a jogar podem ser controladas. As empresas terão de recolher os dados suspeitos, enviarão os mesmos a uma entidade que vai analisar se o caso avança.

A própria Comissão Europeia admite no documento que esta é uma proposta evasiva, que pode ultrapassar os limites da privacidade. Mas não enumera detalhes sobre o processo.

André Maia, jornalista do Observador, recuperou George Orwell: “Não é exagerado falarmos sobre Big Brother porque vai haver pessoas a ler o que as outras pessoas estão a escrever. Não tudo, mas vão estar sempre atentas que estamos a escrever”.

Já na Rádio Renascença, Rui Duro foi claro: “A nossa liberdade passa a estar condicionada. Todas as nossas comunicações passam a ser analisadas“.

“Isto abre uma caixa de pandora. As medidas terão de ser aplicadas a toda a comunicação que é feita”, alertou o director de uma empresa de cibersegurança.

As empresas que não concordarem terão de pagar multas, de acordo com a imprensa. As coimas deverão ser de 6% da receita total do ano da empresa; no caso do Twitter, por exemplo, teria de pagar 300 milhões de euros por recusar implementar este sistema de análise.

https://zap.aeiou.pt/big-brother-abuso-menores-478687

 

Um em cada quatro britânicos começou a saltar refeições devido à inflação !


A maioria dos inquiridos já começou a cortar nos pequenos “luxos”, como as subscrições dos serviços de streaming e nas saídas para socializar, mas uma grande percentagem dos britânicos já teve mesmo de cortar nas refeições.

Uma nova sondagem do instituto Ipsos para a Sky News revela que um em cada quatro britânicos está preocupado com o aumento do custo de vida nos próximos meses.

As pessoas com rendimentos mais baixos são as mais inquietas com a situação, com mais de metade das que ganham menos de 20 mil libras por ano a afirmarem estar “muito preocupadas”.

O cenário é semelhante independentemente da região do Reino Unido e o inquérito mostra que três em cada cinco pessoas já tiveram de começar a desligar o aquecimento para baixarem as facturas energéticas, isto depois dos preços terem aumentado 54% em Abril e com outra grande subida prevista para Outubro.

Outras actividades que não são essenciais também estão a ser cortadas, com 52% dos inquiridos a admitirem que saem menos para socializar. 44% evitam conduzir quando não é necessário para pouparem nos combustíveis, 31% estão a trabalhar mais a partir de casa e 29% cancelaram as subscrições de serviços de streaming.  

Um sinal mais preocupante é que 27% dos inquiridos, o que equivale a mais de uma em cada quatro pessoas, admitem já terem saltado refeições para pouparem dinheiro.

Antecipa-se que a inflação chegue aos 10% até ao final do ano no Reino Unido e os preços de bens alimentares essenciais, como a manteiga ou a carne de frango, já subiram mais um décimo.

Duas em cada cinco pessoas afirmam que já estão a fazer compras em supermercados mais baratos e 39% admite usar sites que comparam dos preços.

As previsões para o futuro também não são optimistas, com 70% dos britânicos a anteciparem um grande aumento dos preços das utilidades, como a electricidade ou a água. Quase metade também já está a contar com uma subida nas rendas ou nas prestações do crédito à habitação e 85% prevê uma continuação da tendência de aumento dos preços dos alimentos.

https://zap.aeiou.pt/um-quatro-britanicos-saltar-refeicoes-479273

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Acusados de assédio a menores e banidos do desporto olímpico - Agora treinam menores !


Pelo menos 20 pessoas nos EUA estão a trabalhar com menores, ou a treinar menores, apesar das acusações ou castigos do seu passado.

Há casos de menores, entre crianças e adolescentes, que estão a ser orientadas por treinadores ou instrutores que foram, ou acusados de assédio sexual, ou banidos de modalidades olímpicas pelo mesmo motivo.

A contabilidade da NBC News contou com a colaboração da SafeSport, uma organização sem fins lucrativos para proteger jovens desportistas de abusos sexuais.

A SafeSport foi criada em 2017, na sequência do escândalo sexual que abalou a ginástica e o desporto nos Estados Unidos da América, com o médico Larry Nassar como protagonista. Nassar foi condenado a pena de prisão até 175 anos.

De acordo com a análise feita pela estação norte-americana, pelo menos 10 pessoas estão a trabalhar com menores, ou a treinar menores, apesar de terem sido banidas pela SafeSport por terem sido acusadas de abuso sexual.

Mais 10 pessoas, no mínimo, estão a trabalhar com menores, ou a treinar menores, apesar de terem sido banidos, ou pela SafeSport, ou por uma entidade ligada ao desporto olímpico nos EUA (ou seja, estão proibidas de voltar a uma modalidade olímpica), pelo mesmo motivo.

Mais cinco pessoas com o mesmo passado trabalharam ou treinaram menores. Mas aparentemente já deixaram o mundo do desporto.

E há muitos mais castigos, que vão para além dos treinadores: cerca de 1.400 pessoas foram banidas nos últimos cinco anos.

O caso destacado é o de MacKenzie Loesch que, quando tinha 12 anos e era treinada por Thomas Hardin, treinador de taekwondo, começou a ser assediada e abusada pelo técnico.

MacKenzie chegou a estar “aterrorizada” por causa do seu treinador. E abandonou a modalidade mais cedo do que queria.

Thomas Hardin nunca chegou a ir a tribunal mas a família de MacKenzie Loesch levou o caso à polícia, aos serviços sociais e à federação de taekwondo ligada ao Comité Olímpico dos EUA – queria impedir Hardin de voltar a treinar crianças.

Nunca conseguiu: Hardin criou uma academia de taekwondo e trabalha com crianças com menos de 12 anos.

https://zap.aeiou.pt/acusados-assedio-menores-sao-treinadores-478344

 

Na Polónia, os refugiados ucranianos ciganos fogem da guerra e da discriminação !

Refugiados ucranianos na fronteira com a Polónia.
Nos dias que se seguiram à invasão russa, a Polónia foi notícia pela elevada disponibilidade que demonstrou em receber refugiados ucranianos. No entanto, a postura não é comum a todas as etnias.

Antes da invasão russa à Ucrânia, um edifício banal nas imediações do mercado medieval de Cracóvia funcionava como albergue que oferecia alojamento barato sobretudo a jovens europeus que atravessam o continente de mochila às costas. Agora, num contexto europeu totalmente diferente, é a casa de 80 refugiados ciganos ucranianos, quase todas mães com filhos. Como tal, é frequente o movimento de mulheres com alimentos, ao mesmo tempo que os elementos do exército norte-americano no país tentam encontrar os seus destinos nos mapas.

“Só queria que os proprietários se encontrassem connosco antes de nos rejeitarem”, disse ao The Guardian Nadia, de 42 anos, que fugiu da sua aldeia perto de Donetsk quando as bombas russas caíram sobre a casa da sua vizinha em março. Refugiou-se Polónia com a mulher do seu filho, Raiia, de 22 anos, a sua filha adulta, e com os sete netos.

Apesar de a mudança ter sido recente, as mulheres encontraram trabalho numa fábrica de processamento de carne, tal como outros refugiados ciganos, que atravessaram a fronteira para encontrar um lar.

Mariam Masudi, uma coordenadora no albergue, que trabalha para a a ONG Salam Lab, não tem problemas em apontar que eles indivíduos “enfrentam discriminação“. “Os ciganos não são admitidos nos outros pontos de acolhimento. Ninguém lhes quer alugar um espaço para ficar. Não conheço ninguém que tenha conseguido estabelecer-se na Polónia. Aqueles que conseguiram sair do albergue mudaram-se para o estrangeiro“.

Os números oficiais sugerem que a população cigana da Ucrânia se situa nos 400.000 indivíduos, embora os especialistas encarem tal valor como uma estimativa baixa. Na realidade, ninguém sabe quantos ciganos ucranianos chegaram à Polónia, aponta Hanna Machińska, ativista pelos dos direitos civis na Polónia.

“Estas são grandes famílias intergeracionais, algumas de 30 pessoas. A maioria não tem um plano preciso do que vai ser o seu futuro quando chegam à Polónia”, descreve. “Esta situação requer ajuda institucional. Os cidadãos não são capazes de mobilizar apoio para grupos tão grandes de pessoas”.

No entanto, a ajuda institucional não tem sido prestada. A maior parte do apoio tem sido coordenada por indivíduos independentes e ONG’s, diz Joanna Talewicz-Kwiatkowska, antropóloga da Universidade de Varsóvia, responsável pela criação do grupo de Facebook, Polónia-Roma-Ucrânia, no início da guerra. “Queríamos recolher informações sobre pessoas que necessitavam de ajuda, comunicar com órgãos centrais e encontrar pessoas prontas a acolher refugiados ciganos”, diz ela. “Não pensámos que toda a responsabilidade pela situação fosse transferida para nós”.

Até o próprio albergue da Nadia só foi possível graças a um doador privado nos EUA, que alugou o espaço até 15 de Maio. Essa data é muitas vezes repetida entre as mulheres sentadas no átrio do albergue. “E depois o quê, expulsam-nos?” pergunta uma delas. Esta é uma pergunta a que Karol Wilczyński, diretor do Laboratório Salam, não consegue responder. “Sem apoio governamental, não conseguiremos. Não há maneira”, diz ele.

Os refugiados ciganos enfrentam não só uma falta de apoio, mas também uma discriminação direta, tanto por parte dos prestadores de ajuda como dos outros refugiados ucranianos. O facto de grande parte da ajuda ser prestada por voluntários mobilizados de forma independente e não pelo governo significa que é difícil assegurar a igualdade de tratamento das minorias.

“Nos primeiros dias da guerra, vimos os polacos fazerem grandes gestos de solidariedade para com os refugiados da Ucrânia”, lembra Talewicz-Kwiatkowska, membro dos ciganos polacos. “Nessa altura, nunca teria imaginado que estaríamos aqui a falar de discriminação ou desumanização, mas é isso que estamos a ver“.

De acordo com Talewicz-Kwiatkowska, foi recusado aos ciganos o acesso ao transporte e aos recursos oferecidos pelos voluntários que acolhem refugiados na fronteira. “Os ciganos foram expulsos dos pontos de acolhimento, onde se disse que estavam a roubar roupa para depois a vender. Também recebemos informações de famílias e grupos de ciganos que foram afastados dos carros e autocarros que ofereciam transporte”, diz ela.

“Encontrar alojamento foi outro desafio, porque quando alguém não quer ter ciganos no seu carro, pode imaginar que não os vai querer convidar debaixo do seu próprio tecto“.

Masudi diz que os ciganos que fogem da Ucrânia enfrentam frequentemente discriminação também por parte de outros refugiados. “Quando vêem os ciganos no ponto de recepção, os outros refugiados dizem uns aos outros para esconderem os seus pertences, de forma audível. Os ciganos na Ucrânia já estavam habituados a enfrentar a discriminação e o que eles experimentam na Polónia é a continuação disto“, aponta.

Nadia recorda que chegou a Lviv, o pessoal da estação de comboios não permitia que ela e a sua família entrassem na área de embarque reservada às mulheres e crianças que esperavam viajar para a Polónia. “Às mulheres ucranianas foi permitido que entrassem com os seus animais de estimação“, diz. “Mas não me quiseram deixar entrar”. Não acreditavam que eu fosse uma refugiada de Donetsk”.

Só depois de ter mostrado os seus documentos, que provavam que tinha vindo do leste, foi autorizada a embarcar no comboio. “Mas mesmo assim, [os oficiais] não me davam nenhum dos alimentos que estavam a dar aos refugiados”, diz ela.

A melhor opção para os ciganos a residir no albergue seria ir para o oeste do continente europeu, diz Masudi, nomeadamente para países “mais diversificados, onde se misturariam”. Embora Talewicz-Kwiatkowska tenha sido capaz de coordenar com organizações ciganas na Suécia e na Alemanha para organizar alojamento, muitos indivíduos estão relutantes em aceitar as ofertas. “Eles não querem estar longe da Ucrânia – esperam poder voltar para casa em breve”, diz ela.

Outros também têm medo de confiar na ajuda estrangeira. “Após a guerra na Jugoslávia, muitos ciganos tornaram-se vítimas de traficantes de órgãos, pelo que alguns têm medo de que a situação se repita“.

Nadia está consciente dos estereótipos que a seguem, mas espera, ao instalar-se na Polónia, ser capaz de os provar como estes estão errados. “Quando uma pessoa cigana rouba algo, ou é vidente, então as pessoas pensam que somos todos assim”, diz . “Mas eu não sei ser cartomante, então o que posso fazer? Tudo o que sei é trabalhar”.

https://zap.aeiou.pt/na-polonia-os-refugiados-ciganos-ucranianos-fogem-da-guerra-e-da-discriminacao-478006

 

Paraguai: Procurador que combatia crime organizado foi assassinado durante lua-de-mel !


Marcelo Pecci era especializado no combate contra o crime organizado. Casou-se há duas semanas e foi assassinado na Colômbia.

O procurador paraguaio especializado no combate contra o crime organizado Marcelo Pecci foi assassinado na terça-feira numa ilha perto da cidade colombiana de Cartagena das Índias, onde estava em lua-de-mel, segundo a embaixada do Paraguai em Bogotá.

“É um facto muito recente, estamos cientes da situação, estamos em contacto com as autoridades da Polícia Nacional Colombiana da cidade de Cartagena”, asseguraram à agência de notícias EFE fontes da embaixada.

O assassínio ocorreu numa praia da ilha de Barú, que fica a cerca de 40 minutos de barco, de acordo com as fontes, que disseram que o crime estava a ser investigado.

Marcelo Pecci, um dos mais importantes procuradores do Paraguai, casou-se com a jornalista paraguaia Claudia Aguilera em 30 de abril. O casal estava a passar a lua-de-mel na ilha de Barú, no mar das Caraíbas.

“As autoridades de investigação criminal e de inteligência estão na zona com a senhora [Claudia Aguilera] e já estão a tomar todas as medidas convenientes e a realizar a investigação”, disse a embaixada.

A Polícia Nacional da Colômbia, que ainda não deu pormenores oficiais da investigação, garantiu que o diretor, general Jorge Luis Vargas, está a viajar para região caribenha de Cartagena.

Vargas disse que a polícia já está em contacto com o Ministério Público do Paraguai e que também conversou “com as autoridades dos Estados Unidos para que também se juntassem à equipa que a Colômbia e o Paraguai formaram para levar os responsáveis à justiça o mais rápido possível“.

https://zap.aeiou.pt/paraguai-procurador-organizado-lua-de-mel-478127

 

Os astronautas do Canadá serão responsabilizados pelos crimes que cometam no Espaço !


Medida que passará a fazer parte da legislação do Canadá já figurava nas regras da Estação Espacial Internacional, ainda que a sua aplicação fosse dúbia.

Para muitos, a imensidão do espaço pode ser sinónimo de uma imensidão onde as regras são difíceis de se impôr. No entanto, os legisladores do Canadá estão apostados a reverter esta noção, através do chamado conceito de lei e a ordem.

Na semana passada, o Parlamento do país propôs uma medida que, essencialmente, impedirá legalmente que os astronautas canadianos cometam crimes na lua ou enquanto estiverem em órbita. Na medida, que foi introduzida a meio caminho do projeto de lei de execução do orçamento federal do governo canadiano de 2022, pode ler-se: “Um membro da tripulação canadiana que, durante um voo espacial, comete um ato ou omissão fora do Canadá que, se cometido no Canadá, constituiria um delito indiciável, é considerado como tendo cometido esse ato ou omissão no Canadá“.

A lei acrescenta que o mesmo é verdade para crimes cometidos “na superfície da lua”. Por outras palavras, se for um canadiano que comete um crime no Espaço, será processado como qualquer outro canadiano que se encontra na Terra.

Embora esta medida seja vista como um golpe para os astronautas que esperavam, talvez, conduzir um veículo de exploração lunar acima o limite de velocidade, a lei não surge do nada. O Canadá juntou-se recentemente à NASA, à Agência Espacial Europeia (ESA) e à Agência de Exploração Aeroespacial do Japão como membros do projeto Lunar Gateway – uma missão para lançar uma pequena estação espacial internacional em órbita à volta da Lua, com o objetivo de apoiar operações de superfície lunar, tais como a próxima missão Artemis. Presumivelmente, a medida irá ajudar a manter os astronautas canadianos na linha.

Esta medida representará no Canadá um quadro legal que já existe na Estação Espacial Internacional (ISS).

“A regra básica é que ‘cada parceiro (país) deve preservar a jurisdição e controlo sobre os elementos que regista e sobre o pessoal da Estação Espacial que sejam seus cidadãos”. “Este regime legal reconhece a jurisdição dos tribunais dos Estados Parceiros e permite a aplicação de leis nacionais em áreas tais como assuntos criminais, questões de responsabilidade e proteção dos direitos de propriedade intelectual”.

Por outras palavras, um russo que infringe uma lei no espaço está sujeito à lei russa, um americano à lei americana, e assim por diante.

Todas estas regras já foram postas à prova. De facto, em 2019 a astronauta americana Anne McClain foi acusada de ter cometido o primeiro crime no espaço. Durante a sua estadia a bordo da Estação Espacial Internacional foi acusada de utilizar um computador da NASA para entrar ilegalmente nas contas bancárias pessoais da sua ex-mulher.

A agência espacial norte-americana defendeu a reputação da astronauta antes de lançar uma investigação sobre o incidente – acabando por descobrir que as alegações contra McClain eram falsas. A ex-mulher de McClain, que apresentou as queixas, foi posteriormente acusada por prestar declarações falsas às autoridades federais.

https://zap.aeiou.pt/a-partir-de-agora-os-astronautas-do-canada-serao-responsabilizados-pelos-crimes-que-cometam-no-espaco-477492

 

Homem que morreu com o coração de porco estava infetado com vírus suíno !


O cirurgião responsável pelo transplante admitiu que o vírus pode ter contribuído para a morte de David Bennett, que recebeu o coração de porco.

David Bennett recebeu um transplante de coração de porco geneticamente modificado, e morreu dois meses depois da cirurgia inovadora.

O norte-americano recebeu o órgão infetado com um citomegalovírus suíno, o que pode ter contribuído para a sua morte, a 8 de março.

David Bennett, de 57 anos, foi a primeira pessoa a viver graças a um órgão de porco. Na altura, a operação foi um sucesso, mas o estado de saúde do paciente começou a piorar um mês e meio depois.

Bartley Griffith, cirurgião que liderou o transplante, revelou a deteção do citomegalovírus durante uma palestra organizada pela American Society of Transplantation, a 20 de abril.

“Estamos a começar a descobrir porque é que ele morreu. Talvez o vírus tenha sido o ator que desencadeou tudo”, explicou, citado pela revista norte-americana MIT Technology Review, segundo o Diário de Notícias.

“Para nós, ele era um paciente, não uma experiência. Tudo o que ele queria era viver. Na verdade, era um homem muito engraçado. A caminho da operação, ele olhou para mim e disse: ‘tem a certeza de que não posso conseguir um coração humano?'”, relatou o cirurgião, defendendo-se das críticas.

David Bennett concordou em fazer a cirurgia experimental, depois de ter sido considerado inelegível para receber um coração humano. O paciente estava diagnosticado com uma doença cardíaca grave.

O porco de onde foi retirado o coração foi alterado geneticamente, para eliminar um gene que produz um açúcar específico. De outra forma, o corpo do paciente teria rejeitado o órgão, com uma forte resposta imune.

A alteração genética foi realizada pela Revivicor, uma empresa de biotecnologia, que também forneceu o porco usado num transplante de rim inovador, num paciente em morte cerebral em Nova Iorque, em outubro.

O órgão foi mantido numa máquina de preservação antes da cirurgia, enquanto a equipa utilizava medicamentos convencionais antirrejeição, para evitar que o sistema imunitário rejeitasse o órgão.

Cerca de 110 mil norte-americanos estão à espera de um transplante de órgão e mais de 6 mil morrem a cada ano à espera de um, de acordo com dados oficiais.

https://zap.aeiou.pt/homem-que-morreu-com-o-coracao-de-porco-estava-infetado-com-virus-suino-477797

 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

“Tenho vergonha dos meus netos”: o cartaz que originou prisão na Rússia !


Canais de televisão alvos de ataque informático, com “recados”. Hoje, São Petersburgo voltou a ser Leninegrado.

9 de Maio. No denominado Dia da Vitória, as paradas militares na Rússia multiplicam-se ao longo desta segunda-feira, como é habitual.

Esta data assinala a vitória da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sobre a Alemanha de Hitler, na II Guerra Mundial, há 77 anos.

Para reforçar a ideia de regresso à União Soviética, muito repetida desde que começou a guerra na Ucrânia, o canal televisivo Russia-24 referiu-se a São Petersburgo como Leninegrado (o seu nome anterior) e a Yekaterimburgo como Sverdlovsk (também a sua designação durante a era soviética).

Entre os festejos e os gritos de glória ao país e aos seus militares, apareceu (pelo menos) um cartaz dissidente.  

Um russo, jovem, exibiu um cartaz em Novosibirsk, com uma fotografia a preto e branco de outro homem a tapar a cara, envergonhado, e com o símbolo da bandeira da União Soviética no canto.

No cartaz lia-se: “Tenho vergonha de vocês, meus netos. Nós lutámos pela paz, vocês escolheram a guerra” – seria uma frase (ou real, ou criada) de alguém que lutou durante os tempos da URSS e que condena a invasão à Ucrânia.

O homem foi detido pelas autoridades, informa o canal NEXTA.

Também a 9 de Maio – e não será coincidência – alguns meios de comunicação social na Rússia foram alvos de ataque informático.

De acordo com o Nexta, da Bielorrússia, houve ataques a quatro canais e operadoras de televisão locais: MTS, NTV +, Rostelecom e Wink.

Nos guias de programação, lia-se o recado: “Vocês têm sangue nas mãos. Milhares de ucranianos e centenas dos seus filhos foram mortos. A televisão e as autoridades mentem. Não à guerra”.

https://zap.aeiou.pt/cartaz-prisao-russia-477657

 

Meios de comunicação russos acusam Ucrânia de usar “magia negra” !


Os meios de comunicação russos alegam que a Ucrânia está a usar “magia negra” para impedir a invasão do Presidente Vladimir Putin.

O órgão de comunicação social estatal russo RIA Novosti cita Ekaterina Dycerelatou, investigadora de culto, para relatar que as forças armadas ucranianas na região oriental de Donbass praticam, alegadamente, magia negra.

O relatório explicava que teriam sido encontrados “sinais” de magia negra na sede da artilharia ucraniana, na periferia de uma aldeia chamada Trekhizbenka, em Luhansk.

O RIA Novosti publicou imagens daquilo a que chamou um “selo satânico” que foi alegadamente encontrado nas paredes do quartel-general de uma unidade militar.

Dyce contou ao jornal russo que o sinal era um símbolo mágico, “constituído por muitas linhas de interseção”, segundo a Newsweek.

“O que significa é difícil de dizer com certeza, mas nele pode-se ver tanto o sinal invertido de anarquia como parte do signo “CC”, runa zig, como também é claramente visível no setor extremo esquerdo do círculo a letra hebraica “zayin”, escrita em alemão, que significa espada ou arma”, explica Dyce.

A especialista acredita que o símbolo é um “símbolo mágico de forças negras”, que combina as ideias de anarquia, armas e símbolos fascistas.

Dyce realçou ainda que o símbolo foi desenhado num movimento contínuo das mãos, e que aponta para a sua “natureza oculta”.

Sputnik, uma agência noticiosa apoiada pelo Kremlin, relatou igualmente que “vestígios de rituais de magia negra” tinham sido descobertos num quartel-general militar ucraniano abandonado em Donbass, afirmando que tinha sido encontrado um “símbolo mágico de forças negras” na parede.

A RIA Novosti noticiou também que foi encontrado um documento com informações sobre perdas em Donbass, coberto em sangue.

“Havia marcas de sangue no documento, apesar de não haver tais vestígios em mais lado nenhum”, relata. O relatório surge num momento em que o avanço russo continua a debater-se com a resistência ucraniana.

Segundo o jornal estatal Vedomosti, Sergey Kiriyenko, um alto funcionário russo, ordenou recentemente aos governadores regionais que não prometessem uma vitória rápida da Rússia ou que encorajassem falsas expectativas de que a ofensiva de Putin na Ucrânia acabaria em breve.

Mais de dois meses desde que Putin ordenou aquilo a que chama uma “operação militar especial” na vizinha Ucrânia, a Rússia parece estar cada vez mais a sofrer de escassez de oferta, com a moral das tropas em baixo, e várias perdas militares.

Numa atualização dos serviços secretos na segunda-feira, o Ministério da Defesa britânico disse ser provável que mais de um quarto dos grupos táticos do batalhão russo na guerra na Ucrânia tenham “tornado o combate ineficaz“.

“Algumas das unidades de maior elite da Rússia, incluindo as Forças Aéreas VDV, sofreram os mais altos níveis de atrito”, relata a atualização. “Levará provavelmente anos até que a Rússia reconstitua estas forças”.

https://zap.aeiou.pt/comunicacao-russa-acusa-ucrania-magia-negra-477298

 

NATO avisa sobre a Rússia: “Devemo-nos preparar para mais brutalidade, mais angústia e destruição ainda mais massiva” !


O secretário-geral da NATO disse, este domingo, que a Aliança “não viu nenhuma mudança” na estratégia nuclear de Moscovo, alertando para a necessidade de se estar preparado para “mais destruição massiva” por parte da Rússia na guerra na Ucrânia.

“Devemo-nos preparar para ofensivas russas, mais brutalidade, mais angústia e destruição ainda mais massiva de infraestruturas críticas e áreas residenciais”, disse Jens Stoltenberg em entrevista publicada pelo jornal belga Le Soir.

Ainda assim, acrescentou, “desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, a NATO não viu nenhuma mudança na estratégia nuclear da Rússia”, apesar das ameaças do Presidente russo, Vladimir Putin, de usar tais armas.

“É nosso dever reduzir esse risco. A NATO é a aliança mais forte do mundo. E a nossa mensagem é clara: após o uso de armas nucleares só haveria perdedores de todos os lados”, advertiu o primeiro-ministro norueguês.

O secretário-geral da NATO salienta que, “infelizmente”, esta guerra “poderia durar meses ou mesmo anos”.

Para “repelir de forma sustentável e bem-sucedida a invasão russa”, Kiev precisa “mudar para armas ocidentais modernas”, disse.

“A Ucrânia precisa urgentemente de mais armas pesadas. O Ocidente deve intensificar suas entregas, fazer ainda mais e preparar-se para um compromisso de longo prazo. Devemos garantir que a Ucrânia se possa defender. A coragem e bravura dos soldados ucranianos não serão suficientes. Também requer um apoio militar sustentado do Ocidente”, defendeu Stoltenberg.

De acordo com o responsável, Putin foi à guerra “porque queria menos NATO nas suas fronteiras”, referindo que o que este conseguiu foi “exatamente o oposto, ou seja, mais NATO nas suas fronteiras, mais presença da Aliança no flanco leste e possivelmente dois novos membros da NATO (Suécia e Finlândia).

Se a Suécia e a Finlândia finalmente derem o passo, prosseguiu, “poderão integrar-se rapidamente” na Aliança.

Stoltenberg espera que na Cimeira de Madrid, no final de junho, os líderes dos países da NATO “concordem em reforçar a defesa” da Aliança, argumentando: “Enfrentamos o maior desafio de segurança desta geração”, não só pela Rússia, mas por causa do terrorismo, ciberataques e as implicações da política de segurança da ascensão da China.

“Os aliados da NATO já foram inimigos, mas conseguimos construir instituições como a Aliança e a União Europeia sobre as ruínas da Segunda Guerra Mundial para evitar a guerra”, lembrou, coincidindo com a comemoração do fim daquela guerra em 08 de maio de 1945.

https://zap.aeiou.pt/nato-avisa-sobre-a-russia-477609

 

Correcta ou preocupante: Campanha contra os mirones no metro de Londres !


Cartazes dentro das carruagens tentam impedir os olhares indiscretos. Mas nem toda a gente concorda com esta iniciativa.

Já ninguém via o Sol em Londres. Naquela noite, Bex tinha ido ao teatro. Enquanto voltava para casa, passou por um episódio indesejado.

Estava sentada numa carruagem do metro e um homem, sentado à sua frente, começou a olhar na sua direcção, a admirar o seu corpo e a sua cara. Nunca deixou de olhar, durante a viagem que durou cerca de 10 minutos.

“Eu olhava para o telemóvel, tentava olhar para qualquer lado. Menos para ele”.

Levantou-se para sair só no último instante, na sua paragem habitual, mas mesmo depois de sair do metro o homem foi atrás dela. Bex esperou mais uns minutos na estação do metro e só depois foi para o autocarro.

Já na paragem de autocarro, o homem ficou a menos de um metro de distância. Sempre a olhar para Bex – que fugiu pelas escadas, a correr. Aí o homem ficou ao longe, mas a acenar.

Lucy Thorbun estava a viajar de metro em Londres, logo a começar a manhã, quando um homem começou a olhar ininterruptamente para ela.

Foram 25 minutos. O homem “não tirou os olhos” de Lucy durante toda a viagem: “Após 10 minutos comecei a sentir-me muito incomodada”.

No primeiro caso, Bex ainda pensou que estava a exagerar. Mas, por coincidência (ou não), no seu ângulo de visão, por cima do homem estava um cartaz contra o staring.

Ou seja, contra os mirones, contra as pessoas (sobretudo homens) que olham de forma indiscreta e intensiva para outras pessoas, especialmente durante viagens ou em paragens de transportes públicos.

“E ver isso fez-me sentir que tenho o direito de me sentir incomodada“, continuou Bex, em declarações recolhidas pela BBC.

Esta campanha, apoiada (entre outros) pelo presidente da Câmara Municipal de Londres e pela polícia local, avisa: “Os olhares intensivos de natureza sexual é assédio sexual e não é tolerado”.

Os cartazes, que foram colocados dentro de carruagens do metro da capital, apelam às vítimas que denunciem os casos – que envolvem não só olhares, mas também como assobios e exibição de partes íntimas. Os responsáveis têm feito uma lista dos casos, para elaborarem um mapa com as ocorrências.

O objectivo é “enfrentar a normalização desses comportamentos”, explicou a Transport for London, que gere os transportes públicos na cidade inglesa.

Já houve uma detenção, não em Londres, mas em Reading, onde um homem foi condenado a 22 semanas de prisão porque estava sempre a olhar para uma mulher num comboio, tendo até impedido a sua saída do transporte.

Em relação aos cartazes, tem havido uma reacção positiva, com pessoas a elogiar esta campanha porque evidencia um problema que – essencialmente – muitas mulheres atravessam, muitas vezes no silêncio.

Por outro lado, também já surgiram críticas: “A criminalização de olhar para outras pessoas num espaço público é preocupante”, lê-se no The Spectator.

“Olhar fixamente para alguém pode não parecer “muito mau” para alguns, mas pode ser o começo de algo mais. Já fui alvo desse tipo de olhares e logo depois me seguiram”, comentou Lucy Thorbun.

https://zap.aeiou.pt/metro-londres-campanha-mirones-476940

 

Dezenas de bonecas assustadoras encontradas em praia no Texas !

A Mission-Aransas National Estuarine Research Reserve (NERR) é responsável por assegurar a proteção da flora, da fauna e da qualidade de água no Texas. No entanto, está agora ocupada com algo menos orgânico: bonecas enterradas na areia.

Jace Tunnell foi o primeiro a encontrar as bonecas de plástico numa reserva científica no Texas, em janeiro de 2021. Desde então, recuperou pelo menos 30 brinquedos em condições variáveis.

A equipa de Tunnel partilhou a fotografia do primeiro brinquedo encontrado nas redes sociais e um utilizador pagou 35 dólares pela cabeça da boneca. A equipa doou o valor a um fundo de salvamento de tartarugas marinhas.

Todos os objetos encontrados são partilhados no Facebook e, desde que as bonecas começaram a aparecer recorrentemente na rede social, o número de seguidores aumentou bastante. O mais assustador, segundo Tunnell, é que nenhuma boneca tem cabelo.  

Os cientistas analisaram os objetos após constatarem que a região recebe 10 vezes mais lixo do que as praias do Golfo do México, na Florida e no Mississippi.

A culpada é uma “corrente em loop” que cria vários redemoinhos, traz uma montanha de lixo e detritos para as praias do Texas e causa muita poluição.

Enquanto continua os seus esforços para limpar o lixo e manter as praias imaculadas, a equipa de Tunnell decidiu ficar com todas as bonecas e leiloá-las todos os anos numa angariação de fundos.

Além de terem tornado a poluição desanimadora em algo bom e com propósito, os cientistas conseguem passar tempo nas praias enquanto ajudam o ambiente.

https://zap.aeiou.pt/bonecas-assustadoras-praia-texas-477294
 

segunda-feira, 9 de maio de 2022

EUA ajudaram a afundar Moskva e a matar generais russos e é um perigo dizê-lo !

O navio russo Moskva.
As secretas dos EUA foram fundamentais para a morte de vários generais russos na Ucrânia, bem como para o afundamento do Moskva no Mar Negro, num momento de grande humilhação para a Rússia. E estas notícias são perigosas porque podem “provocar Putin”.

Nesta semana, vários jornais dos EUA noticiaram que as secretas do país têm tido uma intervenção decisiva na guerra na Ucrânia. Assim, terão sido fundamentais na morte de vários generais da Rússia que combatiam na Ucrânia, passando informações importantes às forças ucranianas.

O New York Times e o Washington Post também avançaram que os EUA ajudaram a Ucrânia a atingir o navio russo Moskva com mísseis, no passado mês de Abril. Aquele que era o “ponta de lança” da armada russa acabou por se afundar, tornando-se no maior navio russo naufragado desde a Segunda Guerra Mundial.

Este desaparecimento do Moskva, bem como a mortes dos generais russos, foram “humilhações históricas para Moscovo e para Vladimir Putin”, como repara o jornal britânico The Guardian. Assim, estas notícias sobre o envolvimento das secretas norte-americanas podem ter efeitos muito perigosos.

O antigo agente da CIA, Paul Pillar considera que é “imprudente” deixar transparecer essa informação para a imprensa. “Estou surpreendido com a extensão da confirmação oficial do papel da inteligência dos EUA no naufrágio, e ainda mais no assassinato dos generais”, constata citado pelo The Guardian.

Pillar receia que estas informações possam “provocar a escalada de Putin de uma maneira que ele próprio não acharia necessário”.

Além disso, “é desrespeitoso para com os ucranianos”, considera outro ex-agente da CIA, John Sipher, que trabalhou de forma clandestina para a agência durante 28 anos, incluindo em Moscovo. Está a tirar mérito “às pessoas que estão realmente no terreno, que estão a aproveitar a inteligência, que estão a colectar a sua própria inteligência, que estão a lutar dia e noite“, refere também citado pelo The Guardian.

“Putin percebe como o jogo é jogado”

Contudo, Sipher acredita que estas notícias não mudarão em nada a estratégia russa.

Putin percebe como o jogo é jogado. Ele consegue inteligência para tentar matar americanos se a situação for revertida, como fez no Afeganistão e em outros lugares. Os russos passaram anos a atacar-nos com guerra cibernética e desinformação“, nota.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, já salientou que os EUA não são “a única fonte de inteligência e informação para os ucranianos”. “Eles também obtêm inteligência de outras nações e têm uma capacidade de recolha de informação bastante robusta”, apontou aos jornalistas.

Lutam nesta guerra contra a Rússia há oito anos. Não é como se estivessem completamente cegos quanto à forma como a Rússia se organiza e como se comporta no campo de batalha”, salientou ainda.

A Casa Branca chegou a negar o envolvimento norte-americano nas mortes dos generais russos, mas admitiu que as secretas do país partilham informação com as forças ucranianas.

Biden aprova apoio militar de 310 milhões à Ucrânia

O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou, na sexta-feira, um memorando a autorizar o envio de até 350 milhões de dólares (310,5 milhões de euros) em apoio militar de emergência a Kiev.

Este pacote de ajuda inclui “itens e serviços de defesa”, nomeadamente educação e treino militar.

No entanto, o memorando não esclarece quando é que o apoio militar poderá chegar à Ucrânia.

O anúncio surgiu depois de uma conversa telefónica de 40 minutos entre Biden e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para discutir ajuda militar às forças de Kiev e sanções à Rússia.

https://zap.aeiou.pt/eua-afundar-moskva-matar-generais-477557

 

Insegurança alimentar grave aumenta em todo o mundo — E “as perspetivas para o futuro não são boas” !


A insegurança alimentar atingia quase 200 milhões de pessoas em todo o mundo em 2021, mais quase 40 milhões do que no ano anterior, devido a conflitos e crises climáticas e económicas, avançou a ONU.

De acordo com um relatório publicado esta quarta-feira pelas Nações Unidas, no ano passado, 193 milhões de pessoas em 53 países estavam em situação de insegurança alimentar aguda, ou seja, precisavam de assistência urgente para sobreviver.

A classificação engloba os níveis entre 3 e 5 da escala internacional de segurança alimentar: “crise”, “emergência” e “desastre”.

O número de pessoas nesta situação tem aumentado todos os anos desde 2016, quando este relatório passou a ser publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial e a União Europeia.

Como sublinha a ONU no documento, o relatório de 2021 não leva em conta a guerra na Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro deste ano e promete agravar as fragilidades de países altamente dependentes das exportações russas e ucranianas de cereais e fertilizantes, como por exemplo a Somália.  

As projeções para 2022, que nesta fase incluem apenas 42 dos 53 países em causa, estimam que entre 179 e 181,1 milhões de pessoas poderão sofrer de insegurança alimentar aguda.

“A guerra já mostrou a natureza interligada e a fragilidade dos sistemas alimentares”, sublinha a FAO, avisando que “as perspetivas para o futuro não são boas”.

“Se não se fizer alguma coisa para apoiar as áreas rurais, a magnitude dos danos ligados à fome e à deterioração dos padrões de vida serão dramáticos. É necessário uma ação humanitária urgente em grande escala”, refere a organização.

O aumento registado em 2021 de pessoas que não sabem se vão ter alimentos no seu futuro próximo decorre de uma “combinação tóxica de conflitos, eventos climáticos extremos e choques económicos”, explica a FAO no relatório.

Os conflitos são a causa das dificuldades de sobrevivência alimentar para 139 milhões de pessoas, principalmente em países que passam por crises políticas e humanitárias como a República Democrática do Congo (RDC), a Etiópia, o Afeganistão ou o Iémen, os mais afetados.

As dificuldades económicas ligadas à pandemia de covid-19 foram, em 2021, menos graves do que em 2020, mas constituíram a principal causa de fome aguda para 30,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

A ONU ressalva, no entanto, que os números também aumentaram porque a organização ampliou a cobertura geográfica do seu estudo, passando a incluir novos Estados como a RDCongo.

De acordo com a FAO, seriam necessários cerca de 1,4 mil milhões de euros de ajuda financeira imediata para aproveitar a época de plantio de sementes que decorre com vista a aumentar a produção em regiões de risco.

O tema vai estar em debate numa reunião que a FAO convocou para hoje para discutir possíveis ações de combate à insegurança alimentar no mundo.

https://zap.aeiou.pt/inseguranca-alimentar-grave-aumenta-477017

 

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